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Convite, diversão, política e recorde pessoal em Piracicaba

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Já era a segunda vez que o Augusto Verrengia, das camisetas Vamos Correndo me convidava para correr em sua cidade. “Sérgio, é uma corrida de uma parceira minha, a Gaia Esportes. Seria muito legal se você viesse”, disse. Topei. À princípio eu correria a Golden 4 Asics do Rio, mas o bom resultado que obti na Meia das Cataratas no início do mês e o bolso meio que vazio me fez mudar de planos.

Piracicaba fica distante uma hora de Jundiaí, onde moro. A corrida, realizada ontem, dia 29/7, começaria às 8:30, portanto, bastava sair de casa às 6:30 para chegar lá com folga. Dito e feito – estacionei o carro próximo à largada às 7:30. Telefonei para o Augusto e me econtrei com ele, sua mulher, Rossana e o seu filho, Gu (na foto, tirada por Rossana – da esq. para a dir.: eu, Augusto e Gu).

Batemos um papo e oAugusto me presenteou com uma camiseta. Fui até meu carro para pegar minha carteira para retirar o kit e decidi que vestir o presente. Encontrei com Verrengia, que logicamente ficou feliz em me ver com a nova vestimenta. “De repente pode dar sorte”, eu disse. “Deu sorte para o Vicent”, ele respondeu (clique aqui).

A 7ª Corrida Cidade de Piracicaba foi realizada no Distrito Industrial da cidade, o que facilitou o controle do trânsito, que é quase inexistente no local durante o final de semana. A corrida era tradicionamente organizada pelo clube de corredores de Piracicaba, mas este ano, como não tinham mais condições financeiras de bancar o evento, o mesmo foi adotado pela Gaia Esportes.

Início do momento político (pule para o final do momento político se não quiser ler a cornetada nas prefeituras que pouco incentivam e dificultam a realização de provas pedestres nos municípios)

A diretora-técnica da corrida, Gabi Pacífico, me disse que ao escolherem o Distrito Industrial optaram por ter menos problemas com a prefeitura da cidade que é daquelas que não abraça esse tipo de evento esportivo. Eu entendo bem desse problema , que é, na verdade, político. A cidade está sob o governo do mesmo partido anos a fio, a mentalidade da prefeitura é antiga e não consegue perceber os benefícios que a cidade colhe com as corridas.

É uma equação fácil: incentiva a pratica de esportes entre a população, diminui a ocorrência de doenças ligadas ao sedentarismo, dá-se exemplo para crianças ao verem seus pais ou conhecidos fazendo exercícios, promove a ocupação de hotéis em períodos de baixa estação, aumenta a circulação nos restaurantes, ou seja, o governo economiza recursos e, com isso, consegue investir mais em educação e saúde. Por fim, ainda promove o setor de serviços da cidade.

Mas alguns políticos não vêem dessa maneira – eles acham que a corrida só traz prejuízos porque tem que ceder funcionários da engenharia de trânsito na data, tem que fazer reuniões, definir percursos, acham que prejudicam a circulação dos carros e que travar o trânsito da cidade – durante 4 horas de um domingo é um absurdo. Ou seja, dá trabalho. Isso acontece em Piracicaba, na minha cidade, Jundiaí e em outras praças.

Bom é saber que nem todos os municípios tem esse problema. Centenas de outros fazem melhor e incentivam a realizações de corridas. Em uma analogia, nessas cidades, a prefeitura tem a mesma mentalidade das empresas modernas: funcionário que pratica exercícios fica menos doente e trabalha melhor. Para a municipalidade, cidadão que se exercita é um cidadão que fica menos doente e vive melhor.

Final do momente político deste blog. Estamos de volta à programação normal.

A prova ainda é pequena, com cerca de 350 corredores participando, mas a hidratação foi ótima, com 3 postos de abastecimento no circuito, que era de 5 km (duas voltas para os 10 km, obviamente) e contava até com chip descartável. O percurso era basicamente plano até o km 3,5 onde os corredores se deparavam  com uma forte subida de cerca de 200 metros.

Dessa vez decidi fazer a prova no controle de esforço e deixei o GPS em casa. Como todos sabem, se você quer fazer um bom resultado nos 10 km, a prova tem que ser desconfortável o tempo todo, ou seja, “faca nos dentes”. Me posicionei bem na largada e já pude correr no ritmo desde o princípio. No km 3, olhei meu relógio-cronômetro, vi que estava correndo bem e me preparei para a subida, que por certo iria tirar bons segundos do tempo final da prova.

Quando tinha conversado com o meu técnico, Wanderlei de Oliveira, sobre a prova, ele me disse: “Se tiver subidas, faça sub-45 minutos, se for plana, tente sub-43.” Como tinha uma “senhora” subida, sabia que sub 43 estava fora de cogitação. A subida era realmente dura e demorava alguns metros após o final dela para conseguir voltar a correr no ritmo.

Passei o pórtico dos 5 km com 21:45. “Legal”, pensei. “Se conseguir manter, descolo um sub-44.” A segunda volta do percurso já estava mais vazia, pois a maioria dos corredores preferiu percorrer a distância menor. Quando me aproximava pela segunda vez da subida encostei em um rapaz que estava na minha frente o tempo todo, mas com o ritmo caindo. “Vambora, vambora”, disse acenando com a mão. Ele apertou o ritmo e me seguiu até a maldita subida, momento em que chegamos em uma garota que estava na nossa frente.

Subi junto com a menina, que corria forte, mas estava lutando para continuar correndo naquele ritmo. “Vamos lá”, eu disse. “Não deixa eu ganhar de você”, brinquei. Ela sorriu. “Pode ir, obrigada”, respondeu. Quando apontei na reta final, com cerca de 200 metros para a chegada, ouço o locutor oficial do evento anunciar: “Lá vem a primeira mulher dos 10 km.” Opa, Eu? Estou tão feminino assim?! Então a galera começa a gritar “Vai, Bruna!” Ufa, não era comigo e, sim, com a garota que eu tinha deixado para trás….

Acelerei e passei debaixo do pórtico parando o cronômetro que marcava 43:33 – 1 minuto e 11 segundos mais rápido que o meu melhor tempo nos 10 km até então, obtido há 4 anos atrás.

Não é que a camiseta do Augusto deu sorte mesmo?

Para coroar o recorde mundial pessoal, ainda subi no pódio como terceiro colocado da categoria 40-49! Nunca havia subido no pódio antes. Isso são coisas que só a pequenas provas podem proporcionar para caras do bloco intermediário como eu.

Obrigado pelo convite, Augusto. Valeu muito a pena!

Ah! Antes que alguém pergunte nos comentários, eu corri com um Vibram Five Fingers KSO, o mesmo que usei em Foz do Iguaçu. Sim, continuo correndo descalço nos treinos, mas cada vez mais chego à conclusão que é melhor competir com alguma proteção nos pés para me concentrar apenas na velocidade e na prova em si.


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